quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fim do Dia

 Sentiu o vento frio na cara. Estava tão exausto que lhe pareceu uma mera brisa. Tinha tido um dia longo. Olhou para o céu. Ficou espantado com que este lhe proporcionava. A lua, cheia, irradiava tanta luz que era possível para ele ver o caminho. A luz das estrelas era obstruída por pequenas nuvens que se moviam rapidamente, ao sabor do vento, e que se tornavam em algo de fenomenal no pequeno instante em que eram iluminadas pela luz cinza da lua. Era uma visão espetacular, simplesmente lindo.
 Devia-se sentir deliciado, mas algo faltava. Perguntou-se o que seria. No fundo sabia a resposta. Faltava sentir um braço à volta da sua cintura, faltava alguém a quem pudesse acariciar os cabelos. Faltava a pessoa com quem ele queria partilhar aquele momento espantoso. Faltava ela.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Artista

            E enquanto ouvia uma voz tão longe, apesar de tão perto, tentava ignorar o som dos ignorantes que pensavam ser críticos e tentavam deitar abaixo um artista já à muito chorado.
            Um artista assim não devia ser ignorado, pisado, devia, isso sim, ser cantado. Um artista único no mundo. Um artista desprezado pelo passado, mas que merece ter toda a atenção do presente.
            E, enquanto a voz distante declamava o artista, conseguiu abstrair-se das distrações e entrou naquele mundo artístico trazido até si por um texto, que apesar de simples, era arte.