sábado, 29 de outubro de 2011

Música

Só pensava nela. Quando trabalhava, quando dormia, quando ria, quando chorava e principalmente quando ouvia música. A música parecia transmitir os seus sentimentos. A música fora feita sentia e não simplesmente ouvida. A música são sentimentos em grandes porções. E, apesar de tudo, a música relaxa e ajuda a ultrupassar os maus momentos, tal como um amigo. A música é intemporal. A música é a essência dela.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Conexão

"Amo-te rapariga!!!" pensou. Chegou-se ao pé dela. Brincou com ela. Sorriu. "Como é possível que não o vejas?!". Juntou-se aos amigos. Os poucos metros que os separavam pareciam quilómetros. Mas de certa forma sentia-a muito perto. Sentia que estava preso a ela e que por muito que se afastasse não se conseguia libertar.
Na verdade até gostava. Adorava estar preso a ela. Ela era, gira, inteligente e divertida. Quem é que não gostaria de estar preso a uma rapariga assim, ainda que psicologicamente?
No entanto uma atracção, aparentemente espetacular, causava, por vezes, muita dor, mas não a trocava por nada.
Viu um colega meter-se com ela. Sentiu uma pontada de ciúmes. Tentou reprimi-la. Ela, ao contrário dele, não estava preso a ninguém.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sorriso

Lá estava ela. De ínicio ignorou-a, não queria dar muito nas vistas. Felizmente, como por obra divina, ela tinha-se refugiado a um canto mais distante. Cumprimentou todos os amigos antes de chegar ao pé dela.
Estava tão linda hoje, como se o sol só a iluminasse a ela.
Sentiu uma vontade súbita de a beijar, abraçar, de a guardar só para ele. Reprimiu essa sensação.
Tentou falar. Apenas saiu um estranho gracejo, juntamente com um débil aceno.
Ela sorriu-lhe. Adorava o seu sorriso. Levava-o, ainda que por momentos, para um mundo aparte, um mundo em que os dois estavam juntos. Um mundo em que se beijavam, e abraçavam e ele tinha-a só para ele.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Superar

Estavam prestes a ver-se. Tinha vindo toda a semana a preparar-se para aquele momento, a pensar no que havia de dizer, o que havia de fazer. Não conseguiu pensar em nada.
Na verdade, não se viam há tanto tempo que ele não sabia o que esperar. Não sabia se ela tinha mudado, se estava mais arrogante ou mais aberta a novas ideias, se ainda residiam nela as caractericticas que o fizeram apaixonar por ela (em 1º lugar)
Viu-a ao longe. Usou toda a sua força de vontade para se controlar e agir normalmente.
Surpreendeu-se. Finalmente tinha acontecido. Tinha-a ultrupassado. Sentia-se, pela priemira vez em muito tempo, mais alto que ela. Não a desprezava. Pelo contrário, adorava-a, como uma grande amiga, que mesmo depois de tudo o que tinha acontecido entre eles ainda o tratava como igual. Ela tinha sido uma etapa da sua vida, e ele nunca a esqueceria.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Amigos

TruzTruz!
"Pode entrar". Lentamente, uma pequena cabeça apareceu na soleira da porta.
"Poderia falar com o Pedro Fonseca?" pediu a funcionária "Também gostaria de falar com o senhor doutor".
Um rapaz, na frente da sala, ficou surprendido.
Ele viu o amigo a levantar-se e, desconfiado, a sair da sala. "Que raio se passa?" pensou ele.
Durante dois minutos a sala foi palco de uma festa imensa.
Primeiro entrou o professor. Um silêncio impenetrável encheu a sala. Ainda surpreendido, viu o seu amigo suceder o professor, com uma expressão de dor como ele nunca antes tinha visto. A surpresa deu lugar à preocupação.
Viu o amigo a guadar os objectos escolares com uma rapidez impressionante. "O vosso colega vai ter que se ausentar da aula" ouviu, como que a quilómetros de distância.
O amigo preparava-se para sair. Segurou-lhe o braço, não o deixando passar da sua mesa. "Que se passa?"perguntou.
O amigo olhou-o, a expressão cada vez mais grave. "O meu pai teve um acidente grave. Não sobreviveu". Soluçou.
Quase automaticamente levantou-se e abraçou o amigo. Deixou que ele chorasse e que se acalmasse. Sabia que toda a turma assistia aquela cena mas não se importava.
Triste, viu o amigo sair da sala. Eles sim, eram amigos de verdade.

Aos meus amigos, para que saibam que estarei sempre ao lado deles.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ler

    Procurou a posição mais confortável no puff que os pais lhe tinham comprado pela altura do seu aniversário. Abriu o livro. Sabia estar prestes a entrar num mundo fantástico que só ele controlava. Mal podia esperar.
    Demorou-se um pouco a encontrar a página em que, com uma força incrível, tinha parado de ler. Não usava marcadores. Tirava um pouco da magia à leitura. Gostava de poder procurar pela página onde tinha ficado, aproveitando para ler um pouco do que já se tinha passado.
    Encontrou a página. Começou a ler. Entrou quase instantaneamente naquele mundo mágico que ele já sabia estar à sua espera. Sentiu a leve brisa na cara, que já era característica daquele paraíso. Voltou a ver os anões, os elfos, os trols e as criaturas que mais o fascinavam, os dragões. Sentiu o cheiro da relva, das árvores, da natureza.
    Tinha noção que não controlava a história, que apenas a seguia. No entanto, podia controlar, até certo ponto, o cenário. O aspecto das árvores, das personagens e dos objectos era tudo produto da sua imaginação, e isso, só por si, era mágico e único. Todos os leitores podiam imaginar a história à sua maneira, e isso era algo que a televisão nunca poderia oferecer.
    E leu, leu, leu e só parou quando a noite caiu e a história acabou.

sábado, 8 de outubro de 2011

Decisão

Navegava sem interesse pela internet. O tempo em que o mundo cibernauta o fascinava já à muito tinha passado. Agora só se servia daquele mundo de infinitas possibilidades para conversar com os amigos e para fazer algumas pesquisas supérfluas que nem sequer tinha a certeza de estarem corretas.
    Era degradante, ele sabia-o. Era incomparável a um bom livro. Mas ele gostava. Não tanto como de um livro, isso era certo, mas gostava.
    Retrocedeu para a página principal. Voltou a ver se ela estava online. Estava. Deveria contar-lhe? Era certo que por aquele meio era muito mais fácil de o fazer, mas não era o mais correcto. Decidiu, ainda assim, meter conversa. Queria chegar-se o mais possível dela, ainda que estivessem assim tão distantes.
    Mais uma vez sentiu que aquilo era degradante. Sabia-o. Sabia que nada era o mesmo que conviver pessoalmente. Mas então porque razão não conseguia conectar-se com ela quando a via, mas apenas quando falava com ela por aquele estúpido meio? Como será que antigamente as pessoas o conseguiam fazer? Será que eram imunes à vergonha e à timidez que ele sentia quando ela estava lá? Ou talvez fosse por isso que as cartas de amor foram inventadas.
    Tomou uma decisão. Iria ser no dia seguinte. No dia seguinte iria contar-lhe. Restava apenas uma questão. Será que, chegada a altura, teria a coragem de o fazer ou teria vergonha e desistiria de o fazer tal como acontecera de todas as vezes que tomara essa mesma decisão?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Estrelas

Deitou-se.
No conforto da sua cama, o branco leitoso do tecto transformou-se lentamente num céu estrelado. Via o sorriso dela em cada estrela. Não a conseguia tirar da sua mente. Porque que seria?
O céu estava agora mais estrelado do que alguma vez o vira. No seu quarto, nos recônditos da sua mente, não existia poluição luminosa. Podia ver as estrelas como nunca ninguém as vira.
Será que ela pensava nele? Não. Ela parecia nem saber que ele existia.
Apreciou as estrelas mais um pouco. Porque seria que se importava tanto com ela?
O telemovel vibrou ao receber uma mensagem. Seria ela?
As estrelas dispersaram. Não era ela.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Despedida

  Dirigiu-se à porta com um passo não muito seguro.
Encostou o dedo dedo à campainha mas não tocou. Teria a certeza que que queria fazer aquilo? Será que era o melhor a fazer?
Trriimm!
Tocou. Naquele momento não tinha a certeza de nada, apenas tinha que lhe dizer.
Ouviu o som de agitação dentro da casa.
Tinha de lhe dizer o que sentia por ela. Tinha que lhe explicar aquele sentimento que ele carregava à tanto tempo.
Ouviu-a a chegar à porta. Ainda pensou em fugir, mas não, tinha de lhe contar. Ela tinha de saber.
Ela apareceu à porta. Parecia surpreendida. Ele rezou para que fosse uma surpresa alegre.
"Alberto, que estás aqui a fazer?"
"Maria, tenho de te contar uma coisa..." Ainda não era tarde para desistir.
"Diz lá Alberto..." Mas não, ela tinha de saber, ele não podia desistir. Simplesmente, não definia a pessoa que ele era. Não podia desistir.
Estendeu-lhe o ramo de flores.
"Maria, eu não sei como ei-de dizer isto. Eu gosto de ti Maria. Amo-te desde que te conheci..."
Ela não pegou no ramo.
"Desculpa Alberto, eu não te quero magoar, mas eu não sinto o mesmo por ti. Tu és um rapaz espectacular, uma das melhores pessoas que eu já conheci mas eu não sinto o mesmo por ti."
"Mas..."
"Desculpa, sabes muito bem que não se podem controlar os sentimentos. Desculpa, a sério, mas eu agora tenho de ir." e com um sorriso afectado despediu-se "Adeus Alberto"
Enquanto a porta se manteve aberta uma réstia de esperança existiu dentro dele.
BAM!
A porta fechou por completo. A primeira lágrima caiu, juntamente com o ramo.
Começou a chover, mas não lhe restavam forças para sair dali. Ou será que era ela que o prendia no mesmo sitío? Parecia-lhe que o mundo ia desabar e que aquele era o único sítio que lhe conferia protecção. Mas se assim era, porque sentia aquela dor, tão forte como nunca antes tinha sentido?
Um rio incontrolável corria-lhe pela cara, e de certa maneira, diminui-a a dor.
Tocou à campainha outra vez. Ela não atendeu. De certa maneira, ele já esperava isso.
E, de repente, a chuva acalmou. Aos poucos e poucos o sol substituiu as nuvens negras. O rio incontrolável era agora um mero ribeiro, que, inevitavelmente, acabará por secar.
Finalmente conseguiu libertar-se daquele sítio malvado e ao mesmo tempo bondoso.
Pensou em deixar o ramo de flores. Afinal tinha-as comprado para ela.
Não, estava na hora de o oferecer a outra pessoa.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Caos

e BRUUMM!!
Ele viu tudo em cãmara lenta, como se o caos tivesse a capacidade de controlar o tempo. Começou no centro, e a parede desfez-se em peças de um jogo imaginário.
Foi mesmo a tempo que ele levantou a mesa, que criou uma barreira entre o caos e os seus seres.
Pareceram horas, passaram-se segundos. Não por causa do caos, mas sim por a ter nos braços, por estar tão perto dela como nunca tinha estado. Naquele instante só ela existia. A explosão, os gritos, o caos, tudo tinha desaparecido. Nada era tão real como ela e o canto onde os dois se agachavam e se protegiam.
E, tão rápido como tudo começou, tudo acabou. Os gritos voltaram, a destruição voltou, o caos voltou. E ela continuava real. Não tão real como o resto do mundo, mas sim, talvez, como um sonho.

Boas!!!

Boas!
Comecei recentemente a escrever pequenos excertos de histórias que não existem e decidi portanto partilha-las com todos os cibernautas. Os excertos podem parecer um pouco descontextualizados, mas é mesmo assim que me dá para escrever. Começo a imaginar algo, e se achar interessante, escrevo. Apenas irei postar excertos que penso serem mais interessantes e aqueles que me dizem mais.
Se não perceberem bem os excertos ou se quiserem uma contextualização é só pedirem.
Peço, desde já, desculpa por qualquer erro ortográfico.