segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Vida

        Por vezes interrogo-me o porquê da vida ser tão difícil. Todas os problemas, todos os obstáculos, porque será que nos atormentam? Talvez existam para nos deitar abaixo, e o único objectivo da vida seja sermos infelizes.
       Mas é então que me lembro de tudo o que alcancei, de toda a gente que conheci, e apercebo-me que estou errado. A vida não é infeliz, é desafiadora. Problemas e obstáculos deitam-nos abaixo, mas também nos obrigam a levantar. São eles que tornam a vida mais interessante. No meio de toda a infelicidade, descubro que sou feliz.
       Aproveito todos os dias ao máximo, rodeado de pessoas que me apreciam, e isso traz algum conforto a esta complicada vida.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sozinho

              Olhou na direcção para onde pensava que ela estaria. Fitando a parede, desejou que pudesse ver através dela.
              Mesmo passando o tempo a tentar tirar a imagem dela da sua mente, queria vê-la a a todo o instante. A sua voz sussurrando constantemente na sua mente fazia-o desejar que ela ali estivesse a conversar com ele. Era como se a tivesse sempre dentro de si, e isso doesse, mais do que alguma outra dor poderia doer. Queria aliviar a dor, queria tê-la junto a si, queria tê-la só para si e aliviar aquela dor.
              Rodeado de pessoas, sentia-se sozinho no mundo. "Será que mais alguém se sente assim?", pensou ele.
              Ainda a olhar para a parede, sentido-se cada vez mais estúpido, mas com o olhar cada vez mais fixo na parede, pensou se ela não estaria naquele momento a pensar nele, desejou que ela estivesse naquele momento a olhar na sua direcção. Provavelmente não.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BAM!!!

BAM!!!
      Mais um murro na parede. "Porquê?", pensou, "Porquê eu?".
      Apetecia-lhe destruir tudo à sua volta, tal era a sua irritação consigo próprio.
BAM!!!
      Não descansaria enquanto não deformar-se a parede.
      "Como pude ser fraco?"
      Virou-se para a porta, sentido um súbito impulso de lhe dar um pontapé. Deteve-se. Seria muito mau fazer um furo na porta.
      "Eu não posso voltar a sofrer! Não mais!"... Tinha de parar enquanto podia. Já tinha percorrido aquele caminho e não tinha corrido muito bem.
BAM!!!
      Recordar-se do que tinha feito no passado não o ajudava a conter-se.
      Depois deste tempo todo já a deveria ter ultrupassado.
BAM!!
      Não tinha! Ainda pensava nela, ainda a desejava. A amizade não chegava, não o saciava.
      Acalmou-se... Não havia nada a fazer, pois nada tinha acontecido, tudo se encontrava como antes, ele apenas se tinha iludido do contrário. Ainda amava, mais do que já tinha alguma vez amado alguém, mesmo sabendo não ter alguma hipótese.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fim do Dia

 Sentiu o vento frio na cara. Estava tão exausto que lhe pareceu uma mera brisa. Tinha tido um dia longo. Olhou para o céu. Ficou espantado com que este lhe proporcionava. A lua, cheia, irradiava tanta luz que era possível para ele ver o caminho. A luz das estrelas era obstruída por pequenas nuvens que se moviam rapidamente, ao sabor do vento, e que se tornavam em algo de fenomenal no pequeno instante em que eram iluminadas pela luz cinza da lua. Era uma visão espetacular, simplesmente lindo.
 Devia-se sentir deliciado, mas algo faltava. Perguntou-se o que seria. No fundo sabia a resposta. Faltava sentir um braço à volta da sua cintura, faltava alguém a quem pudesse acariciar os cabelos. Faltava a pessoa com quem ele queria partilhar aquele momento espantoso. Faltava ela.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Artista

            E enquanto ouvia uma voz tão longe, apesar de tão perto, tentava ignorar o som dos ignorantes que pensavam ser críticos e tentavam deitar abaixo um artista já à muito chorado.
            Um artista assim não devia ser ignorado, pisado, devia, isso sim, ser cantado. Um artista único no mundo. Um artista desprezado pelo passado, mas que merece ter toda a atenção do presente.
            E, enquanto a voz distante declamava o artista, conseguiu abstrair-se das distrações e entrou naquele mundo artístico trazido até si por um texto, que apesar de simples, era arte.

sábado, 29 de outubro de 2011

Música

Só pensava nela. Quando trabalhava, quando dormia, quando ria, quando chorava e principalmente quando ouvia música. A música parecia transmitir os seus sentimentos. A música fora feita sentia e não simplesmente ouvida. A música são sentimentos em grandes porções. E, apesar de tudo, a música relaxa e ajuda a ultrupassar os maus momentos, tal como um amigo. A música é intemporal. A música é a essência dela.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Conexão

"Amo-te rapariga!!!" pensou. Chegou-se ao pé dela. Brincou com ela. Sorriu. "Como é possível que não o vejas?!". Juntou-se aos amigos. Os poucos metros que os separavam pareciam quilómetros. Mas de certa forma sentia-a muito perto. Sentia que estava preso a ela e que por muito que se afastasse não se conseguia libertar.
Na verdade até gostava. Adorava estar preso a ela. Ela era, gira, inteligente e divertida. Quem é que não gostaria de estar preso a uma rapariga assim, ainda que psicologicamente?
No entanto uma atracção, aparentemente espetacular, causava, por vezes, muita dor, mas não a trocava por nada.
Viu um colega meter-se com ela. Sentiu uma pontada de ciúmes. Tentou reprimi-la. Ela, ao contrário dele, não estava preso a ninguém.