segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BAM!!!

BAM!!!
      Mais um murro na parede. "Porquê?", pensou, "Porquê eu?".
      Apetecia-lhe destruir tudo à sua volta, tal era a sua irritação consigo próprio.
BAM!!!
      Não descansaria enquanto não deformar-se a parede.
      "Como pude ser fraco?"
      Virou-se para a porta, sentido um súbito impulso de lhe dar um pontapé. Deteve-se. Seria muito mau fazer um furo na porta.
      "Eu não posso voltar a sofrer! Não mais!"... Tinha de parar enquanto podia. Já tinha percorrido aquele caminho e não tinha corrido muito bem.
BAM!!!
      Recordar-se do que tinha feito no passado não o ajudava a conter-se.
      Depois deste tempo todo já a deveria ter ultrupassado.
BAM!!
      Não tinha! Ainda pensava nela, ainda a desejava. A amizade não chegava, não o saciava.
      Acalmou-se... Não havia nada a fazer, pois nada tinha acontecido, tudo se encontrava como antes, ele apenas se tinha iludido do contrário. Ainda amava, mais do que já tinha alguma vez amado alguém, mesmo sabendo não ter alguma hipótese.

1 comentário:

  1. Acho que todos passamos pelo " não vou, nem posso voltar a sofrer " ... No entanto, é inevitável. Quando se gosta, parece que somos arrastados por uma corrente demasiado forte que não conseguimos contrariar.

    É pena , que a ilusão surja da leitura de entrelinhas mal interpretadas e da tentativa de decifrar detalhes que não existem...

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